Publicado em abril, plano de governo de Leco falava em longo prazo para Ceni
03/07 - 23h44
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, demitiu Rogério Ceni no início da tarde deste 3 de julho, mas, no dia 18 de abril, data da eleição que estendeu sua permanência na presidência até fim de 2020, o técnico era protagonista de seu plano de governo, distribuído no Morumbi.
“O trabalho de Rogério vai muito além de qualquer finalidade de curto prazo”, dizia o segundo dos 10 itens do material de Leco.
Intitulado de “Futebol: modernização e identidade”, o texto falava em transformar o futebol do São Paulo num centro de excelência, conhecimento e prática. No parágrafo seguinte, Ceni era considerado protagonista do projeto dar identidade à equipe:
“Tudo está perfeitamente sintonizado com os conceitos e práticas que simbolizam o SPFC. Exemplo disso é a contratação de Rogério Ceni, maior ídolo da história do clube, para assumir o cargo de treinador da equipe de futebol principal. O trabalho de Rogério vai muito além de qualquer finalidade de curto prazo. O que nos move é o Projeto de Reconstrução da Identidade do Futebol do São Paulo. Isso foi discutido em longas conversas entre o Presidente, a Diretoria de Futebol e Rogério, nas quais ficou nítido que havia afinidade entre as demandas e expectativas da direção do clube e as ideias e inovações que o treinador já vem implementando”.
O último parágrafo, que pedia a vitória da situação e a continuidade de Leco, dizia: “Esse é um processo que não pode ser interrompido. Requer estabilidade e apoio, sem interferência externas, para se consolidar. E o Presidente Leco, com sua liderança firme e serena, tem condições de conduzir adiante esse projeto fundamental”.
Desde então, o São Paulo contratou cinco jogadores (Maicosuel, Denilson, Petros, Gomez e Arboleda) e perdeu seis (Neilton, Breno, Luiz Araújo, Chavez, Maicon e Thiago Mendes).
Rogério Ceni foi ainda citado no terceiro dos 10 itens, sobre as categorias de base: “Não por outra razão, sob a orientação de Rogério Ceni, a Comissão Técnica do São Paulo vem acompanhando todo o trabalho que é feito em Cotia”, indicava o material.
Na última quinta-feira, em entrevista ao GloboEsporte.com, Leco afirmou que em nenhum momento havia passado por sua cabeça trocar o treinador, apesar das eliminações na Copa do Brasil, no Paulistão e na Sul-Americana, e do mau início no Campeonato Brasileiro. O presidente disse ainda que outro técnico já teria deixado o Morumbi.
– Ele (Rogério) é um cara absolutamente diferente na história do São Paulo. (O trabalho) É muito bem feito, bem intencionado, muito bom. Os resultados nesse primeiro momento não vieram, mas acreditamos muito no que está acontecendo e achamos que temos de prestigiar e dar toda condição para isso se resolver. Naturalmente, com três eliminações e essa situação, o técnico já teria ido embora. Esse é o natural. No caso dele, não se cogitou. Em nenhum momento – disse Leco, há quatro dias.