Direção do São Paulo desconversa sobre Pato e diz que não errou ao efetivar Jardine como técnico
14/02 - 23h23
Depois de anunciar a contratação do técnico Cuca, nesta quinta-feira, no CT da Barra Funda, a diretoria do São Paulo analisou o trabalho realizado até o momento na temporada e falou do futuro da equipe. Os dirigentes desconversaram sobre o interesse na contratação do atacante Alexandre Pato e não entendem que a efetivação de André Jardine tenha sido um erro.
Com boa passagem pelo São Paulo entre 2014 e 2015, Pato tenta a rescisão de contrato com o Tianjin Tianhai, da China. O jogador tem salários atrasados na Ásia e espera romper o vínculo, que vai até o fim do ano.
– Não vamos falar de casos específicos. O Cuca vai ter tempo de acompanhar os trabalhos. A ideia é manter o elenco. O Vagner Mancini, como coordenador, acompanhou e vai tentar explorar ao máximo. Ele vai trocar ideias com Cuca e podem chegar a um detalhe ou outro pensando no melhor para o São Paulo – afirmou o executivo de futebol Raí.
O dirigente não considera que tenha sido um erro colocar André Jardine no lugar de Diego Aguirre na reta final do Brasileirão do ano passado. Na ocasião, o Tricolor não conseguiu a vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Já em 2019, a equipe não engrenou e acabou eliminada no torneio sul-americano logo no primeiro mata-mata.
– Não acho (um erro). Sim, eu efetivaria o Jardine, porque tem história e capacidade, histórico no São Paulo na base e está há um tempo aqui. O time vinha caindo de produção. Tínhamos dois desafios pela frente. Tivemos uma pequena reação, esperávamos classificar entre os quatro (do Brasileirão). Acreditávamos nessa classificação entre os quatro para a fase de grupos, e o calendário do futebol brasileiro impõe dificuldades para todos os planejamentos. Vimos que muitos clubes passaram pela Flórida. Não foi por isso. O calendário deixa a gente em situação difícil – disse Raí.
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, também defendeu a efetivação de Jardine.
– Não temos sentimento de que foi precipitado. Jardine teve trabalho importante e vitorioso na base do São Paulo. Jardine passou um ano no principal, na Barra Funda, com a chance de desenvolver conhecimentos e experiência. Entendemos naquele momento que estava certamente qualificado para assumir o principal. Continuamos entendendo, é um excelente profissional, grande caráter. Reúne conhecimentos para desenvolver a carreira de técnico. Infelizmente, não deu certo e nos aconselhou a tomar essa iniciativa de buscar um treinador reconhecidamente experiente e vitorioso, como o Cuca. – explicou o presidente.
Cuca é o oitavo técnico da "era Leco" (começou no fim de 2015). Doriva, Edgardo Bauza, Ricardo Gomes, Rogério Ceni, Dorival Júnior, Diego Aguirre e André Jardine foram os outros. O presidente tentou explicar:
– Não tenho precisão sobre o número de oito técnicos. Mas ainda que não tenha isso muito certo, não importa. Importa o conceito. Alguns deles não saíram por não se ajustaram e por não ter resultados. Um deles assumiu a seleção argentina, o Bauza. Outros tiveram um período menor. Outros maiores, com confiança e credibilidade. Mas, infelizmente, é um dado que compõe o processo, porque no futebol o resultado é o que conta. Se não tivéssemos perdido em Córdoba e nem empatado ontem, sendo eliminados, mas fosse ao contrário, a situação estaria diferente. Infelizmente, as circunstâncias determinaram dessa forma. Gostaria de ter um técnico de outubro de 2015 até aqui. Mas para isso teríamos de ter conquistado. Não é só culpa dos técnicos, é uma responsabilidade de todos.
Leco evitou apontar um erro específico para o momento ruim do São Paulo, mas admitiu que o clube precisa de títulos. O último foi a Copa Sul-Americana de 2012.
– Não ter os resultados do futebol como o torcedor deseja e merece pela história do São paulo. Não destaco um erro pontual, mas não alcançar os resultados no futebol, como necessitado, é o grande ponto.