Era um jogador super valente e não tinha medo de cara feia,
apavorando os adversários. Comandava o time, era tão
forte e determinado que um problema crônico no nervo ciático,
mal o atrapalhava. Na copa de 1978, o técnico Cláudio
Coutinho escalou um meio de campo sem "Chicão"
em jogos light e com Chicão nos jogos mais nervosos (como
o com a Argentina em Rosário, no empate de 0 a 0). Os argentinos
jamais esqueceram aquele volante aguerrido que parou a Argentina
em suas principais características, a catimba e a intimidação.
CHICÃO – VENCER SEMPRE, ESSE ERA O SEU IDEAL O garoto Francisco Jesuíno Avanzi trabalhava numa fábrica,
em Piracicaba (SP), como aprendiz de torneiro-mecânico, mas
detestava. Gostava mesmo era de jogar futebol. Um dia o técnico
do XV de Novembro chamou-o para um treino com os profissionais;
um teste para checar as habilidades do garoto que, uma semana antes,
tinha sido campeão pelos juvenis do clube. O moleque jogou
bem e acabou assinando seu primeiro contrato profissional.
Mas a chance de se firmar como titular no XV não chegava.
Chicão foi emprestado para o União Agrícola
Barbarense, de Santa Bárbara D’Oeste (SP), e se tornou
o principal jogador da equipe. Veio o São Bento de Sorocaba
e o contratou. No clube de Sorocaba (SP), ele teve oportunidade
de mostrar seu futebol de volante, cheio de raça e viril.
E a diretoria da Ponte Preta de Campinas comprou seu passe e o levou.
Da Macaca para o São Paulo, em 1973, foi um pulo. E, logo
se tornou ídolo da torcida tricolor.
Em 1974, Chicão teve o que chamou de "a maior decepção"
de sua vida: perdeu a final da Taça Libertadores para o Independiente,
de Buenos Aires, por 1 x 0. Em 1975, conquistou seu maior título
até então: campeão paulista. E, em 1977, na
decisão do Campeonato Brasileiro de 1977 contra o Atlético
Mineiro, teve uma atuação histórica e inesquecível,
que provocou o ódio da torcida atleticana. Nada que não
o impedisse de virar ídolo no Galo Mineiro anos depois. O
São Paulo conquistou o título e Chicão, como
se explodisse de emoção acumulada desde os tempos
da fábrica, chorou nos ombros de Neca, feito uma criança.
Nome completo: Francisco Jesuíno Avanzi
Jogos disputados pelo SPFC: 331
Data de entrada no clube: 28/08/1973
Data de saída: 10/01/1980
Gols marcados no SPFC: 12
Nascimento: 30/01/1949 em Piracicaba - SP
Títulos conquistados no SPFC: Campeão Paulista de
1975 e 1980 e Campeão Brasileiro em 1977
Clubes em que atuou além do SPFC: XV de Piracicaba, Ponte
Preta, Atlético Mineiro, Santos, Corinthians de Presidente
Prudente, Botafogo de Ribeirão Preto e Mogi Mirim