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Entrevista exclusiva com o Lateral Direito Gabriel, realizada no sábado, 17/04/2004, no CCT.

(Tricolormania) Fale um pouco do seu início de carreira e de como chegou ao São Paulo. O fato de você ter começado sua carreira no São Paulo foi por acaso ou vc sempre sonhou em jogar no Tricolor? Você é São-paulino?

(Gabriel) R: Na verdade, eu comecei a jogar no São Paulo por uma questão geográfica, já que, na época, o centro de treinamento dos juvenis ficava em Cotia e eu morava na Granja Viana que era bem pertinho. Além disso, eu sempre fui apaixonado pelo estilo de jogo do São Paulo de toque de bola, bem técnico. Hoje, eu me sinto muito feliz em jogar aqui.

(Tricolormania) Em quem você se inspirou para jogar na posição de lateral?

(Gabriel) R: Eu me inspirei no Roberto Carlos, que é um jogador que tem muita força física, técnica, faz gol, ataca bastante. No meu começo de carreira, a gente conversava bastante e ele me falava que eu estava no caminho certo, que era para mim ser ofensivo, atacar. Enfim, eu me inspirei nele.

(Tricolormania) Qual a posição que você começou jogando nas categorias de base?

(Gabriel) R: Eu comecei a jogar como meia-direita aqui no São Paulo. Mas, pela escassez de jogadores na lateral-direita, eu decidi atuar nessa posição.

(Tricolormania) Você foi testado no amistoso diante do Avaí na posição de volante e foi bem. É um começo de um Gabriel versátil atuando tanto na lateral como segundo volante?

(Gabriel) R: Olha, no jogo com o Avaí, eu me senti muito a vontade fazendo essa função. Eu acho que com a prática e com os treinos, eu vou cada vez me habituando mais. É claro que é um novo começo, tendo em vista outros jogadores como o Zé Roberto (Bayern de Munique), o Belleti (ex-jogador do São Paulo e atualmente no Villareal, da Espanha), Felipe (Flamengo), que deram certo atuando no meio-de-campo, porque eu não arriscar.

(Tricolormania) Como você ficou sabendo de seu afastamento para o time B do São Paulo em Barueri? Você acredita que o jogador que vai para lá deve ficar triste ou encarar a experiência como um bom aprendizado?

(Gabriel) R: O que aconteceu foi que um dia eu cheguei aqui no centro de treinamento e não podia mais treinar. Fui informado que tinha sido mandado para Barueri e acatei como profissional. Cheguei lá e trabalhei. É óbvio que o jogador fica muito triste. Ainda mais eu que tinha atuado várias vezes na equipe profissional e fui até cotado para jogar na seleção brasileira principal. Então, para mim, ir para a equipe B foi muito frustrante. Mas, agora que retornei, eu acredito que com o trabalho que estou realizando, vou recuperar o meu prestigio.

(Tricolormania) E falando nesse assunto, que lições você tirou dessa sua passagem pelo time B do São Paulo?

(Gabriel) R: Bom, a parte positiva foi que eu gostei de ter conversado com o professor Cilinho, que me deu várias dicas produtivas para o meu futebol.

(Tricolormania) Após o primeiro jogo do Palmeiras contra o Goiás pela Copa do Brasil, o volante Élson reclamou com o técnico Jair Picerni por ter sido colocado de ultima hora na reserva, já que nos jogos anteriores ele tinha atuado como titular. Se esse fato acontecesse contigo, você aceitaria ou se rebelaria?

(Gabriel) R: Eu não iria me rebelar, até porque isso já aconteceu comigo. Eu terminei o ano passado como titular no São Paulo fazendo ótimas partidas, e comecei esse ano como reserva. Não me rebelei. Desde quando eu entrei na equipe do São Paulo, todo ano, aconteceu isso, mas graças a Deus, eu acabei sempre jogando.

(Tricolormania) Você está pronto para brigar com Cicinho pela vaga de titular na lateral-direita?

(Gabriel) R: Olha o Cicinho é um bom jogador, está numa ótima fase, mas, como eu terminei o ano numa ótima fase e ele chegou como titular, eu estou confiante em recuperar a posição. Já joguei aqui no lugar do Leonardo, que foi um dos maiores laterais do clube e que na época, também era cotado para a seleção; e no lugar do Belleti, que era lateral de seleção brasileira. Por isso acredito que tenho condições de ser titular novamente.

(Tricolormania) Gabriel, você acompanhou de perto a época de ouro do tricolor que contou com o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1992 e 93. Hoje, o São Paulo não conquista um titulo importante desde a conquista do Torneio Rio-São Paulo em 2001. Na sua opinião o que falta para que o clube conquiste um título importante?

(Gabriel) R: O que acontece é que nas decisões a gente joga muitas vezes contra equipes que também tem seus méritos e que acabam se sobressaindo. Mas, a gente está disputando novamente uma Libertadores, que há dez anos não disputávamos, e vamos fazer de tudo para voltar a disputar o Mundial, em Tókio.

(Tricolormania) Falando em Libertadores, o São Paulo já está classificado para a próxima fase da Copa Libertadores da América.Você gostaria de enfrentar um time argentino agora nas oitavas-de-final?

(Gabriel) R: Eu sinceramente gostaria de pegar um time argentino nessa próxima fase, para a gente mostrar diante de uma equipe forte, que realmente temos valor e potencial para vencer o campeonato.

(Tricolormania) Como é lidar com a pressão da torcida em relação a títulos e ao seu futebol, já que você sempre foi um dos mais cobrados do elenco?

(Gabriel) R: Bom, a torcida cobra de acordo com o potencial do jogador. Ela conhece o meu potencial. Se eu não estou rendendo o que ela espera, eu acho normal ela cobrar, mas o fato do meu pai (Wladimir) ter jogado no Corinthians faz com que a pressão aumente sobre mim, desde que eu entrei aqui. Por outro lado, eu tenho mostrado dentro de campo, em vários clássicos contra o Corinthians, que defendo a camisa do São Paulo com o coração.

(Tricolormania) Desde a saída do Cafu, os jogadores que passaram pela lateral-direita não conseguiram agradar 100% a torcida e a diretoria do São Paulo. Você, que foi revelado no próprio clube, está pronto para assumir essa responsabilidade?

(Gabriel) R: Quando eu retornei de Barueri e assumi a lateral, eu achei que seria o momento de dar continuidade nesta grande carreira que o Cafu fez aqui no São Paulo. Infelizmente, não aconteceu e acabei ficando na reserva. Mas, eu vou lutar sempre para fazer o meu nome aqui no São Paulo.

(Tricolormania) Como é seu relacionamento com os outros jogadores? Com quem você se dá melhor?

(Gabriel) R: Eu tenho um relacionamento ótimo com todos os jogadores, em especial com o Fábio Simplício, o Alexandre, o Gustavo Nery que eu conheço há bastante tempo. Dentro do futebol, a gente pode dizer que tem poucos amigos e mais colegas de trabalho. Mas, o São Paulo tem um grupo que eu considero de muitos amigos.

(Tricolormania) Você tem planos de jogar no exterior? Na sua opinião, a disputa política no São Paulo Futebol Clube atrapalha o elenco?

(Gabriel) R: Tenho planos de jogar no exterior sim, em equipes principais como o Barcelona e o Real Madrid. Já em relação à política, eu espero que não atrapalhe, porque assim a gente consegue ter tranqüilidade para conquistar títulos.

(Tricolormania) Qual o principal jogo e gol da sua carreira?

(Gabriel) R: O principal gol que eu fiz foi contra o Fluminense (São Paulo venceu o Fluminense por 4 a 3, no Torneio Rio-São Paulo 2002),quando eu entrei no segundo tempo e acabei marcando o gol. E o principal jogo foi contra a Ponte Preta, no Campeonato Brasileiro do ano passado, em Campinas, quando eu acabei fazendo um dos gols da vitória que classificou o São Paulo para a Libertadores desse ano.

(Tricolormania) Qual mensagem você deixa aos torcedores sãopaulinos que acessam o site Tricolormania?

(Gabriel) R: A mensagem que os torcedores continuem nos apoiando muito nessa próxima fase da Libertadores, que a gente com certeza vai dar o coração para vencer esse campeonato.

Mensagem em vídeo, de Gabriel, para os torcedores que acessam o Tricolormania. Clique aqui!

Entrevista: Gustavo Caiuby e Fabio Borges
Fotos e vídeo: Fabíola Pagamisse


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