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Em entrevista ao Tricolomania, Lugano diz que sua relação já deixou de ser “apenas profissional” com o São Paulo, reafirma sua gratidão pelo clube e pela torcida tricolor e diz: 'entregar-se completamente a esta camisa é o mínimo que se pode fazer É muito fácil amar o São Paulo'.

É Fácil Amar o São Paulo”
Entrevista exclusiva de Diego Lugano ao Tricolormania.

Em entrevista ao Tricolomania, Lugano diz que sua relação já deixou de ser “apenas profissional” com o São Paulo, reafirma sua gratidão pelo clube e pela torcida tricolor e diz: 'entregar-se completamente a esta camisa é o mínimo que se pode fazer É muito fácil amar o São Paulo'.

O contato com Lugano iniciou-se na tarde do dia 29 com um telefonema para sua casa.

Fui atendido por Karina, sua mulher. A delegação do São Paulo ainda não havia chegado do Paraná, mas Karina não se limitou a me informar que o marido não estava. Foi atenciosa, simpática desde as primeiras palavras e, quando me identifiquei como jornalista e colunista do Tricolormania, fez questão de dizer que conhecia o site.

Revelei nossa intenção de homenagear Diego, de organizar um evento para entregar a ele a placa que mandamos fazer em sua homenagem. Primeiro, Karina comentou, quase como se pensasse alto: “Vocês têm muito carinho com ele.”

Perguntei sobre seu filho, Nicolas, e ela disse que o garoto estava “ótimo”, muito feliz aqui em São Paulo, e, quando questionei se haveria algum problema em que voltasse a ligar, Karina respondeu: “Pode ligar às oito (da noite), que ele estará aqui e atenderá com o maior prazer.”
Dito e feito. Às 20 horas, pontualmente, liguei. Novamente Karina atendeu e lhe perguntei se Diego já estava. “Só um momentinho”, ouvi.

Logo, ouvia a voz deste que se tornou um dos maiores ídolos da nação tricolor nos últimos anos, certamente um ídolo para toda a história do São Paulo.

Ao longo de mais de meia hora de papo, Lugano reafirmou não uma, mas várias vezes a afeição pelo time e pela torcida do São Paulo. Falou incessantemente de sua gratidão, da emoção que sentiu quando seus familiares ligaram para dizer que tinham visto, pela Fox, a faixa que o Tricolormania fez em sua homenagem. Chegou a recitar, pois tinha decorado, o trecho em que a faixa dizia que “se tivesse que ir embora, que levasse o São Paulo no fundo do peito” e eu mesmo me encarreguei de completar: “porque já o temos no coração como ídolo e como exemplo”. Lugano disse: “Você não sabe o que significou para a minha família, em uma cidade pequena como a nossa, ver aquela faixa sendo mostrada para todo a América. No campo, eu não cheguei a ver a faixa, então foi uma emoção ainda mais forte porque meus familiares ligaram comovidos, orgulhosos.”

Diante da emoção de Diego, não pude deixar de revelar: “você está falando com o autor do texto original da faixa, que também estará na placa, para que você a tenha para sempre.”
Lugano ficou com a voz embargada e soltou um sonoro: “Puta que o pariu... obrigado. Obrigado mesmo.”
Omitir o palavrão, aqui, seria tirar parte da emoção, e mais, da espontaneidade da manifestação deste que se tornou um dos jogadores mais queridos da história de um clube que tem a torcida que mais cresce neste país, justamente por demonstrar, sem meias palavras, e com insuspeita sinceridade, que respeita e ama a camisa que veste.

É também com sinceridade que Lugano fala de sua possível transferência para o Exterior: afirma que uma boa proposta (somente uma “muito boa”) o levará, mas que espera voltar, “se o São Paulo o quiser novamente no futuro”.
Ah, Diego, não precisa ter nenhuma dúvida. A instituição São Paulo se fez grande com homens como você. E jamais abrirá mão de ter um profissional que demonstra qualidade, como muitos; eficiência, como alguns; garra, como poucos; dedicação e amor à camisa, como raros.

Nos trechos a seguir, a entrevista com Lugano, desde o início, com a conversa que a antecedeu, praticamente sem edição. Para que cada um dos Tricolormaníacos conheça, de uma forma mais detalhada do que nenhuma outra mídia revelou, a personalidade de um Jogador e um Homem (as iniciais maiúsculas são propositais) de caráter, que convive com a fama e com o sucesso com a mesma serenidade e humildade com que enfrentou os obstáculos do início de carreira.

É bom saber que ainda existem jogadores como Lugano. É melhor saber que ainda existem pessoas como Lugano.


Lugano: “Alô.”

Tricolormania: “Alô, Lugano. É o Dario, do Tricolormania. A Karina falou de minha ligação?”

Lugano: “Falou. Tudo bem, cara?”

Tricolormania: “Tudo ótimo. Você tem tempo para falar agora? Não está jantando?”

Lugano: “Não, não, pode falar.”

Tricolormania: “Diego, nós estamos organizando um evento para homenagear você, entregar uma placa manifestando nossa gratidão pela sua dedicação ao São Paulo. Não é preciso explicar que você é hoje um dos maiores ídolos da torcida são paulina...”

Lugano: “Olha, eu fico muito emocionado, mas a homenagem é só pra mim ou será para outros jogadores do time?”

Tricolormania: “Esta é só para você, Diego. Haverá uma outra, mais pra frente, para o Rogério. Mas pensamos em fazer em um outra data.”

Lugano: “Eu fico muito comovido, mas se der para ser junto com o Rogério, eu prefiro. Sabe, eu sou meio envergonhado pra essas coisas.”

Tricolormania: “Pode até ser. O problema é conseguir agendar com os dois. E tem outra: o Rogério indo, as atenções ficam muito divididas, sabe como é a popularidade do Ceni...”

Lugano: “Comigo, não tem problema nenhum. Somos muito amigos. Acho até melhor, porque eu sou um pouco tímido e o Rogério é ‘o cara’, né (risos). Ele estando, eu fico mais solto.”

Tricolormania: “Bem, então farei um contato com o Rogério. Tentaremos com o Diniz, seu assessor, e vamos ver como pode ser feito... (Lugano me interrompe)

Lugano: “Quer que eu ajude?. Eu posso falar com o Diniz para agilizar e falar com o Rogério. Ou falo com o Rogério mesmo.”

Tricolormania: “Se você puder, é claro que nos ajuda muito.”

Lugano: “Faz o seguinte. Ligue amanhã no mesmo horário ou na quarta que eu vou ver o que consigo. Se não der, a gente combina e eu vou sozinho, sem problema.”

Tricolormania: “OK. Agora, tenho algo mais a pedir, se for possível. Você poderia me conceder uma entrevista curta, responder a umas quatro ou cinco perguntas?”

Lugano: “Claro, vamos lá.”

Tricolormania: “A sua relação com o São Paulo hoje é a de um grande respeito profissional ou chega a ser uma relação afetiva?”

Lugano: “Hoje, minha relação com o São Paulo vai muito além do profissional. O São Paulo abriu-me as portas do Brasil, do melhor futebol do mundo. Venho trabalhando com muita vontade para retribuir ao São Paulo esta chance que me deu, mas hoje não há como negar que a relação com a torcida, com a instituição e com meus companheiros é muito mais emocional, de amizade, de carinho, de amor, do que simplesmente profissional.”

Tricolormania: “Você percebe que se tornou ídolo da torcida do São Paulo por ser um jogador diferenciado justamente por atitudes como essa, por declarações como a que você acabou de dar? A torcida o vê como um igual, um torcedor que joga com paixão, e não apenas um atleta profissional. Como você encara esta imagem do torcedor a seu respeito?”

Lugano: “Acho que tem um pouco a ver com o meu jeito de ser, com a gratidão que sempre faço questão de demonstrar, com a dedicação com que procuro jogar. Atuar em um time tão grande como o São Paulo e receber tanto respeito e carinho do torcedor aumentam ainda mais a responsabilidade e a vontade de fazer o melhor. Essa relação com a torcida também foi possível porque, desde que cheguei ao Brasil fui honesto, mostrei que queria vencer no São Paulo e procurei fazer tudo com muito trabalho. Sempre entro em campo e saio dele com a cabeça erguida porque faço o melhor que posso e algo mais, às vezes o impossível, porque essa entrega, essa vontade é o mínimo que esta camisa merece.”

Tricolormania: “Quando vc começou a se firmar como titular, parte da mídia iniciou uma perseguição. Naquela partida pela Sul-Americana contra o Santos, você demonstrou muito equilíbrio ao falar sobre os comentários do Elano e ao defender-se de um ataque pessoal, feito pelo repórter Luiz Carlos Santos, da Jovem Pan. Quando ele disse que o achava violento, você perguntou: quantas vezes eu fui expulso?
Com o tempo, a perseguição deu lugar a manifestações de admiração e você conquistou mesmo alguns daqueles que o criticavam. Você acha que as pessoas simplesmente se acostumaram com o Lugano ou aprenderam a entender melhor uma cultura diferente de se jogar e encarar o futebol ?”

Lugano: “Cheguei aqui sem status nenhum, sem nome, e não comprado por milhões de dólares. Então, era muito fácil me criticar; ninguém ia dizer para quem quer que me criticasse que ele estava errado. Eu sabia que só com o tempo, com regularidade, com uma boa personalidade e sendo honesto isso mudaria. Eu consegui essa regularidade, me valorizei e as pessoas tiveram que aprender a me valorizar também. Já não sou mais aquele garoto novo que chegou desacreditado, tenho um nome respeitado pela torcida do melhor time do Brasil. Agora, para me criticar, é necessário que haja um critério, que de fato eu tenha jogado mal. Não adianta mais querer falar mal só por ter vontade de falar.”

Tricolormania: “Vc tem falado pouco ou nada sobre transferências e parece ser o único no elenco do São Paulo a manter a regularidade, mesmo sabendo que logo deverá ir para a Europa. Quais as suas perspectivas em relação a uma transferência para o Exterior? E a última pergunta: você se imagina voltando depois de um período na Europa para terminar a carreira no São Paulo?”

Lugano: “Nunca fui hipócrita, nem desonesto, e não é agora que serei. Sempre falei que se surgir um negócio que seja muito – realmente muito – bom para o São Paulo e para mim, logicamente do ponto de vista econômico, como profissional e como pai de família, vou me sentar e analisar, sem dúvida. Mas jamais me desconcentrarei de meu trabalho no São Paulo, porque, como sempre faço questão de dizer, devo muito a este time, que transformou minha carreira. Além disso, estou muito bem aqui em São Paulo, minha família também. Tem coisa que você não compra com dinheiro nenhum, especialmente dignidade. A dignidade e a alegria com que hoje vou para o CT, a felicidade que tenho ao encontrar o torcedor são paulino pela rua não tem preço. Se um dia eu tiver uma boa proposta para sair do São Paulo vou pensar muito. Será um passo que darei com muita cautela, porque acho que não encontrarei mais, em todo o mundo, um time em que eu me sinta tão bem.
Agora quando penso que posso sair, é lógico que sonho em voltar ao São Paulo. Qualquer jogador sonha em voltar a um time como este. O problema é que o São Paulo, como time e como instituição, é tão grande, que não sei se voltará a precisar de mim.”

Tricolormania: “Sobre isso, Lugano, eu sei que você se interessa pela história do clube, então basta lembrar a história de Raí, que saiu, ficou cinco anos no Paris Saint Germain e, na semana em que voltou e no primeiro jogo de sua volta, foi imediatamente escalado como titular e foi Campeão Paulista contra o Corinthians…”

Lugano: “Nossa, não sabia que tinha sido na mesma semana… Essa história mostra mais um diferencial do São Paulo em relação a outros clubes. É um time que respeita muito os seus jogadores, o que não é comum no Brasil, nem em nenhuma parte do mundo. Às vezes o jogador dedica anos e anos de sua vida a um clube e depois é esquecido. No São Paulo, isso não acontece. Qualquer um que trabalhe aqui deve se sentir grato, mesmo, e dedicar-se ao máximo à sua camisa. É muito fácil amar o São Paulo.”

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