São Paulo registra aumento na dívida geral e diminuição no déficit de 2021
27/04 - 22h42
O São Paulo registrou uma dívida de R$ 642 milhões no exercício de 2021, segundo balanço financeiro publicado pelo clube nesta quarta-feira. No fim de 2020, esse valor era de R$ 574 milhões.Desta maneira, houve um crescimento de 10,5% da dívida de um ano para o outro. Consultado pela reportagem, César Grafietti, economista e sócio da consultoria Convocados, no entanto, calcula que a dívida é de R$ 739 milhões – valor contestado pelo clube. Segundo ele, o São Paulo calcula a dívida levando em conta todos os passivos, diminuindo-se os ativos, o que não está errado, mas não é o modelo habitual de análise no mercado financeiro.
O déficit do exercício foi menor do que o registrado em 2020. Ao fim de 2021, o valor foi de R$ 106 milhões, conforme havia antecipado o presidente do São Paulo, Julio Casares, em entrevista ao ge. No exercício anterior, o déficit havia sido de R$ 129 milhões.
O balanço mostra também que o São Paulo se aproximou da arrecadação de quase meio bilhão de reais em 2021. O total em receitas foi de R$ 465 milhões, mais do que os R$ 358 milhões do ano anterior. As despesas saltaram de R$ 488 milhões para R$ 560 milhões.
Segundo relatório da diretoria, o clube pagou R$ 82 milhões em dívidas com outras agremiações e empresários, citando os casos dos direitos econômicos de jogadores como Tiago Volpi, Pablo, dívidas relacionadas a Kaká e da intermediação da venda de Antony. Além disso, afirma que investiu R$ 49 milhões na compra de direitos de atletas.
Um parecer do Conselho Fiscal, que consta no balanço publicado nesta quarta, sugere que o clube cumpra “de forma severa” o orçamento de 2022, que corte despesas “de forma a diminuir a dívida geral” e que busque investidores para o futebol.
O documento diz que “observou-se considerável aumento de despesas” em 2021, “principalmente aquelas relacionadas ao futebol profissional”, e conclui que “há de se destacar que houve também aumento nas receitas, porém o aumento das despesas foi tão elevado que absorveu o aumento de receitas”.
A diretoria tricolor justifica os gastos com a necessidade de reforçar o elenco e com o pagamento de dívidas relacionadas a direitos econômicos de atletas (como Pablo, Tiago Volpi, Cueva e Tchê Tchê) que poderiam levar a sanções da Fifa.