Casares detalha projeto que promete recuperar São Paulo financeiramente e pede aprovação no Conselho
02/10 - 09h39
O São Paulo vota nesta terça-feira a criação de um fundo de investimentos para encerrar as suas dívidas com bancos. O projeto, elaborado pela gestão do presidente do Julio Casares e que tem como parceira a Galapagos Capital, vai ser apresentado ao Conselho Deliberativo e, se aprovado, entrará em vigor.
A ideia do clube é, a partir desse fundo de investimentos, equalizar as pendências que atualmente giram em torno de R$ 220 milhões. Essas dívidas possuem altos juros e vencimento próximo, o que atrapalha o fluxo de caixa.
Por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, Casares detalhou o plano e crê que, seguindo o planejamento à risca, terá um clube "mais preparado" daqui a cerca de quatro anos e meio.
"Hoje vamos apresentar no Conselho Deliberativo um plano de reestruturação da dívida, um planejamento importante para a instituição. No primeiro mandato, nós conseguimos trazer a autoestima do torcedor de volta. Tivemos um time competitivo, que ganhou títulos. Agora começa o segundo tempo, em que teremos que focar na recuperação financeira do São Paulo. O trabalho é a longo prazo, num fundo de investimentos dedicado ao São Paulo, para que possamos dar um passo à profissionalização e ter, daqui quatro anos e meio, um clube preparado para competir com mais força, tendo uma dívida equacionada", disse o dirigente.
Julio Casares afirmou que este fundo de investimentos trará estabilidade ao São Paulo no longo prazo. Ele, ainda, fez um alerta para as categorias de base, que, segundo o presidente, será uma prioridade da gestão no segundo mandato.
"É através desse fundo de investimento da Galapagos que vamos atrair investidores. Claro que ajudei dentro do princípio da minha credibilidade, até dando o aval pessoal, mas não é isso que requer um clube empresa, profissionalizado. Agora, o fundo de investimentos trará uma estabilidade. O São Paulo cumprindo rigorosamente seu orçamento, terá times competitivos, revelação de novos jogadores, investimento na base, que será uma grande prioridade ainda neste segundo mandato. É um momento importante para que todos nós entendamos que é o segundo tempo de um mandato. No primeiro, tínhamos problemas estruturais, problemas na Fifa, grandes dívidas, uma herança de não só um mandato atrás. Foi uma geração de mandatos que se acumulou. E agora chegou o momento de todos nós nos unirmos para que o São Paulo esteja preparado para o futuro", declarou.
Por fim, o dirigente pediu para que os conselheiros aprovem o projeto e acredita que este será um passo fundamental para a reestruturação do clube. Ele admite que o Tricolor ainda apresentará dificuldades no balanço de 2024, mas irá colher os frutos a partir do final de 2025.
"Quando deixar a presidência, quero entregar o São Paulo em uma situação melhor do que quando recebi. E isso nós vamos conseguir através da união, da pacificação. Alguns me perguntam por qual motivo não ataquei as dívidas no primeiro mandato, mas tinha que devolver ao torcedor a alegria de ter um time competitivo. Ganhamos três títulos, fomos vice-campeões em dois. Estamos chegando e sempre disputando. Essa é a autoestima que devolveu ao torcedor o orgulho de vestir a nossa camisa e quebrar todos os recordes de público do nosso estádio, o Morumbis. Portanto, conclamo aos conselheiros que aprovem esse fundo de investimento e esse choque de gestão, para que possamos comemorar no futuro ainda mais títulos e poder investir mais na base. Aqueles que aprovarem e subscreverem a aprovação, estarão entrando para a história do São Paulo", concluiu.
O plano para zerar as dívidas bancárias deve ultrapassar a gestão Casares, que se encerra no final de 2026. De acordo com o último balanço anual, referente a 2023, a dívida total do São Paulo está na casa dos R$ 666 milhões.