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O São Paulo joga esta noite, em Buenos Aires, pela Libertadores da América, contra o Quilmes. Mais uma vez estaremos na Argentina. E vamos jogar contra um tabu: o São Paulo nunca conseguiu uma vitória em terras de Maradona.
O Quilmes não é daqueles times de ponta da Argentina, mas, de qualquer maneira, tem de ser respeitado pela raça que foi mostrada nas partidas que disputou até agora e, principalmente, por ser um time argentino.
O tricolor não pode, no entanto, entrar em campo com a metalidade do tabu. Ao contrário, tem que ir para campo consciente da dificuldade que o adversário irá apresentar, mas tendo no pensamento a liderança do Paulista e a experiência e tradição do clube na Libertadores.
Será um jogo tenso, como sempre acontece neste torneio e, principalmente, quando se tem como adversário um time argentino. Mas não podemos entrar na catimba de nossos adversários.
Apesar de jogarmos sem Josué e Luizão, temos condição de obter uma vitória, se jogarmos de forma séria. Com Tardelli acordado, aceso, e Renan fazendo uma marcação forte, liberando ainda mais Cicinho e Junior, será possível realizar aquele rolo compressos para cima do Quilmes.
Nesse momento somos o segundo do grupo. O Universidad do Chile jogou ontem e, com dificuldades, venceu, de virada, o The Strongest, em Santiago, por 2 a 1. Mas uma vitória hoje nos colocará novamente na liderança, com uma vantagem: no segundo turno faremos duas partidas em casa e apenas uma fora.
Então, à vitória, Ticolor!

Paulo Pontes

15/03/2005

Leão estava certo outra vez

A cada dia que passa estamos percebendo que o técnico Émerson Leão está coberto de razão nas reclamações que faz. A limitação do elenco, falta, portanto, de contratações, a curta pré-temporada (para não dizer inexistente), e os reflexos que teríamos no decorrer do ano.
Esta falta de tempo para preparar os jogadores está sendo fatal para o time do São Paulo. Já tivemos as baixas de Diego Tardelli, Fabão, Luizão e, agora, a vítima foi Josué.
Se o amigo leitor observar bem, todos pelo mesmo motivo: contusão muscular. Fruto de um trabalho mal elaborado no início da temporada.
Leão gritou muito contra esta situação. Os jogadores tiveram menos de 30 dias de férias. Até porque se gozassem o mês inteiro, voltariam aos treinos depois de iniciado o Campeonato Paulista.
Em qualquer País do mundo, além do respeito às férias dos jogadores, há, ainda uma pré-temporada de 30 dias. São realizados alguns torneios preparatórios, mas as competições mais fortes demoram a começar. Isso é respeito profissional.
Aqui no Brasil, em virtude de calendários mal elaborados, os jogadores são transformados em super atletas, só que o físico acaba não aguentando.
No caso do São Paulo, jogadores como Danilo e Grafite, que demandam um certo tempo para alcançar a forma física idealo, só a recuperaram há alguns jogos.
Mas Leão foi criticado quando apontou esta situação e chamado de chorão. O resultado estamos sentindo agora.
Vamos jogar contra o Quilmes, na Argentina, sem Josué, um diferencial do time do São Paulo e sem Luizão, ambos com estiramento muscular. Vamos seguir no Campeonato Paulsita, buscando o título, também sem estes dois jogadores por, pelo menos, mais três rodadas.
E depois ainda perguntam por quê os jogadores aceitam até transferência para a Ucrânia, contanto que seja para sair do futebol brasileiro.

Paulo Pontes é apresentador e comentarista da Rádio Jovem Pan e proprietário do site www.tricolornaweb.com.br