No último dia 9 de Julho, o Presidente da CBF conseguiu sua quinta eleição consecutiva, o que o deixará exatos dezenove anos à frente da entidade máxima do futebol brasileiro.O São Paulo Futebol Clube esteve presente ao pleito realizado no Rio de Janeiro e votou em branco.No cômputo final, vitória da chapa situacionista por 46 votos a 1(o Vitória anulou o voto, Flamengo e Vasco da Gama não compareceram e o presidente da federação pernambucana votou em si mesmo).
Muitos interpretaram o voto são-paulino como um protesto em razão da não-liberação da equipe para disputar a Copa da Paz , na Coréia.E não estavam totalmente errados.Mas o principal motivo , e o que considero essencial nessa tomada de posição, é o modelo imposto pela CBF ao futebol do País.Um exemplo claro foi a aprovação do calendário quadrienal, que, no ano seguinte, foi alterado numa penada sem que os clubes, principais envolvidos na questão, sequer fossem ouvidos.Outra decisão unilateral que prejudicou sobremaneira as agremiações foi a extinção dos torneios regionais que geravam grandes receitas .
Nossas instituições estão mostrando sinais claros de amadurecimento político e o futebol não pode se eximir desse seu legado.O estatuto do São Paulo corrobora nosso posicionamento.A cada dois anos, realizamos eleições para presidente, com direito a apenas uma reeleição.Com essa fórmula, o clube recicla seus quadros diretivos, reavalia suas concepções e proporciona um movimento transparente e democrático.
Nosso voto foi dado com o simbolismo implícito da mudança, da renovação.Esperamos que essa eleição seja um prenúncio de novos ares para o futebol brasileiro.
Marcelo Portugal Gouvêa Presidente do São Paulo FC