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COTRIN. De Quem Nunca Me Esqueci.

Por LUIZ ANTONIO (luiz-a.cunha@uol.com.br)


A morte de zagueiro Serginho do SC, trouxe-me mais tristeza, além do próprio terrível fato em si, ocorrido no campo de jogo do nosso estádio.

Não me lembrei, de início, do ano em que um fato similar e doloroso para toda a família da social do SPFC, desgraçadamente, deu-se. Somente com o desenrolar das lembranças, enquanto escrevia, fatos com datas marcantes, disseram-me quando foi. Conto a vocês, jovens amigos do TRICOLORMANIA, com o coração apertado e dolorido, o que aconteceu com VICENTE DE PAULO COTRIN, um sãopaulino exemplar, amigo de todas as horas e bom jogador das seleções que eram formadas após o término de cada campeonato interno, por categoria, para representar o futebol social do SPFC em torneios diverssos, inter-clubes.

O Quartin, outro grande praça, ponta esquerda (e meia de armação também), da maior qualidade, mais um dos muitos ex profissionais que jogavam na social, arrumou um jogo amistoso contra os vetereanos do Botafogo F.C. Jogamos no lindo estádio Sta. Cruz em Ribeirão Preto, numa reluzente manhã de domingo. Só para constar, perdemos de 3x1, em jogo muito bem disputado, no qual quase não toquei na bola, devido a forte e eficiente marcação que recebi do Maciel, ex lateral esquerdo dos malocas da marginal. Todavia, num rápido deslocamento do meio para o lado direito da área, conseguindo algum espaço, gritei pedindo bola ao Evandro, que é um dos melhores jogadores da nossa social, embora não tenha jogado profissionalmente. Como é do seu feitio, deu-me um passe açucarado. A bola veio a meia altura e ainda em deslocamento, não tive outra opção se não tentar amortecê-la com o lado externo do pé direito. Consegui e ela subiu um pouco. Ao descer, dei um segundo toque, sem que ela caisse ao chão, indo na direção da linha de fundo, controlando-a desta forma. Deixei meu corpo protegendo a bola da investida do zagueiro que saíra na cobertura, para que este não a alcançasse, como de fato tentou, colocar para escanteio. Num relance de inspiração e reflexo, procurando alguém bem colocado no meio da área para tentar tocar-lhe a bola, vi que o goleiro (se bem me lembro, Machado), vinha também disputar a jogada. Por sua saída intempestiva, deduzi que não haveria mais ninguém do nosso time. Tentei um quarto ou quinto toque com a mesma parte do pé com qual mantinha a bola no ar. Desta vez com mais força, na tentativa de encobrir a ambos, que ficaram atônitos, vendo o lençol que a bola descreveu , passando sobre eles e parando na lateral interna da rede, do outro lado. Foi o nosso empate em um gol, placar do primeiro tempo. Segundo alguns jogadores deles (Lindóia entre eles, ex atacante dos maloqueiros), e nossos também, foi um lindo gol do qual muito me orgulho.

Voltando ao tema desta crônica, terminada a partida, fomos convidados pelos ótimos anfitriões, para churrrasco de confraternização, num clube às margens do rio. Local lindo, mas como eu já havia assistido a filme semelhante, sabia que aquilo se transformaria em bebedeira, cantoria e se alongaria tarde afora. O único dos nossos, que não fora no ônibus, era o Cotrin. Ele estava com uma D20 de cabine dupla e despediu-se do grupo, dizendo que iria passar em Pirassununga para rever seus pais, justificando saída tão precoce. Pedi carona, que ma deu com a gentileza e boa vontade que o caracterizava. Viemos na companhia de outra pessoa (que não me lembro quem), e almoçamos na casa dos seus pais. Chegamos em SP no final da tarde, tendo sido para mim, um domingo maravilhoso, pela minha primeira visita a R. Preto, por ter conhecido o famoso chopp do Pinguim, por ter jogado no Sta. Cruz contra ex jogadores que vira atuar até recentemente, por ter feito aquele gol e, por ter gozado, da presença e das extenssas conversas com o querido amigo Cotrin. Ele deixou-me no morumbi, onde estava o meu carro e nos depedimos com fraternal abraço, sem que eu soubesse, pela última vez.

No meio daquela semana, o SPFC jogou em casa e como sempre, lá estava eu nas cativas. Depois do jogo, quando descia com meu carro, a rampa do edifício garagem, uma correria e gritaria estranha, chamaram minha atenção. Logo distingui amigos que participavam de uma partida do campeonato interno da social, trajados com uniforme e chuteira, passando por alí em desespero flagrante. Disseram-me que o Cotrin tivera um mal súbito, durante a partida e estava passando mal, no campo, lá em cima. Procuravam por um médico.

Abandonei meu carro ali mesmo e saí em disparada carreira pelos corredores do estádio na direção dos vestiários do SPFC. Fui barrado na porta, coisa que sempre temi e por isto deixara de ir aos vestiários depois da nossa derrota nas eleições de 04/1990. O Dr. Antonio Galvão, à porta do vestiário, orientara o porteiro a não me franquear passagem, dizendo: -“Não permita, esse é amarelinho”. Louco para falar com o Dr. Marco Aurélio à procura de socorro rápido para o amigo que eu nem sabia em que estado saúde se encontrava, forcei a passagem que foi facilitada pelo segurança "Maguila", de muitas e muitas jornadas juntos, acompanhando o nosso time pelo Brasil afora.

Encontrei o Marco Aurélio fazendo uma espécie de revisão médica, pós jogo, nos nossos jogadores. Apavorado, disse-lhe o que soubera e pedi sua ajuda. O Marco, com amesma presteza e sentido humanitário que demostrou no caso do jogador do S.Caetano, ordenou que a ambulânica de plantão se dirigisse para o campo da social, enquanto saia em desabalada corrida na direção do clube. Não o consegui acompanhar e quando lá cheguei, presenciei cenas estarrecedoras, como a que os trocedores de SPFC x SC presenciaram na última 4ª. Feira: o Cotrin deitado no gramado, o Marco tentando reanimá-lo com massagens cardíacas e respiração boca a boca, até que chegou a ambulância, cujos ocupantes passaram a ajudar, inclusive com aparelhos.

Tudo em vão. O Cotrin jamais se levantou dali. Comovidos, todos fizemos uma roda, em prece, pedindo a Deus que não levasse tão cedo, o nosso querido amigo. Mas o Criador tem razões que a nossa humana e falha razão, desconhece................................

Vendo o drama do Serginho e dos médicos, incluindo o Dr. Sanches e o Dr. Marco Aurélio, na tentativa de manter vivo o jogador adversário, veio-me aqueles terríveis momentos de desespero pelo drama semelhante vivido (terá sido vivido?), pelo Cotrin.

Encontrei, logo depois que todos haviam desistido de contrariar a ordem divina, devido a total ausência de sinais vitais, o conselheiro Maurício Schwartzmann, também totalmente consternado, ao lado do banco de reservas, onde havíamos colocado o corpo do nosso amigo, até que houve a remoção do cadáver. Pedi ao Maurício que propusesse ao egrégio Conselho Deliberativo que desse o nome do Cotrin à praça esportiva recém reformada, melhor dizer recém construida de tão boa que ficou, do futebol social, no final da gestão Juvenal Juvêncio.

Aquilo me tocou tão profundamente, que fiquei longos anos sem lá ir, para não reviver os duros momentos. Quando voltei àquele local de tão dolorosa memória, vi uma placa, que lá está até hoje, dando o nome do queridíssimo amigo e companheiro Vicente de Paulo Cotrin, ao local. Fiquei grato ao Maurício, aos demais conselheiros e a quem fez a proposta, caso não tenha sido o Schwartzmann

Justíssima homenagem a quem nos é de doída saudade, mas de felizes momentos que sua companhia sempre nos proporcionou. Até um dia Cotrin. Acho que ainda jogaremos futebol juntos, em algum lugar, pois espero ser merecedor de estar no mesmo plano que você.

Deixo este texto como singela homenagem (e humanitários agradecimentos), também, ao Dr. Sanches e sobretudo ao mui querido Marco Aurélio Paes de Almeida da Cunha.


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