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Na tarde dessa quarta-feira (23/02) a mãe do jogador Grafite, atacante do São Paulo F.C., foi seqüestrada.

Ter que comentar um fato como esse é um absurdo. É uma notícia ruim para o jogador que está convivendo com esse problema dentro de sua casa, para seus amigos pessoais e de elenco, para todos os funcionários e dirigentes do tricolor e ainda para essa imensa nação que compartilha dos dramas e alegrias junto com o São Paulo, a torcida.

Esse seqüestro mostra-nos mais uma vez que a violência pode bater em nossa porta, em horas inesperadas, como no caso de Robinho, jogador do Santos F.C.

É difícil ter que admitir que isso pode acontecer a qualquer um de nós, mas é a verdade. É certo, que personalidades por estarem na mídia estão mais propensas a esse tipo de violência, mas temos que tomar partido dessa causa, clamar por paz e mostrar nossa indignação frente a esse caso, senão seremos convenientes, e por quanto tempo?

O que é mais doloroso, para mim pelo menos, é que quanto mais aumenta a violência no país, mais as pessoas e os governantes se conformam e tratam disso com extrema frieza. E dizem: Por que se importar, acontecem milhares de seqüestros por semana nas grandes capitais do país e ninguém toma providência, então para que esquentarmos nossa cabeça, só porque é jogador, pelo menos ele tem o dinheiro do resgate.

Escutar comentários como este me deixa sem esperança. Se queremos um país melhor, se queremos mudá-lo, não podemos ter pensamentos tão egoístas assim, como eu já havia dito, é doloroso ter que escutar essas palavras deploráveis.

Temos que reforçar o pedido de paz, fazer com que todos vejam que esses casos de violência têm que acabar, não dá para aceitar e para esquecer, só porque não é com a nossa família, com a nossa mãe. Mas podia ser, e o que faríamos, pediríamos ajuda com certeza, e se todos nos virassem as costas, estaríamos no fundo do poço, sem suporte algum. Nem quero imaginar se fosse com a minha mãe. Essa violência existe, e está em todas as partes, ela é real, mas tem que ser combatida por todos os lados, só assim teremos perspectivas e esperanças.

Termino essa declaração ou protesto, dêem o nome que quiserem, indignada, mas esperançosa, para que nada de mal aconteça com a mãe desse jogador de exímio caráter.

Peço que Deus proteja essa mãe onde quer que ela esteja, que dê sabedoria àqueles que conduzirão as negociações e paz para toda a família de Grafite.

Fernanda F. Manzella