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Eram 60.395 torcedores, para um grande espetáculo, uma grande partida de futebol. O dia parecia não colaborar, pontos de alagamento em toda cidade de São Paulo, quilômetros de congestionamento, e uma chuva que não queria cessar, mas cessou, e o verdadeiro torcedor conseguiu chegar ao Morumbi para assistir a esse jogo, mesmo que para isso houvesse necessidade de ir para o estádio usando helicóptero, barco, lancha, canoa, o importante para essas 60.395 pessoas era estar lá, para contemplar e torcer pelo seu time a qualquer custo.

O amor incondicional dos torcedores pelo tricolor e pela Libertadores inundou o Morumbi. Estava lindo ver o estádio lotado, todos os setores do estádio cheios, e a maioria de São-Paulinos. Para quem estava lá o sentimento de paixão saltava aos olhos, um sentimento inigualável.

Para nós, são-paulinos, tão bom quanto ganhar um título é ganhar um clássico paulista, e com algo melhor, na Libertadores. Esse campeonato que os são-paulinos dão mais atenção, pois só se sabe o valor de uma Libertadores ou de um Mundial, àqueles que já foram campeões e sentiram o gostinho desses títulos.

O jogo de ontem foi excelente. O Palmeiras entrou disposto a inverter o placar adverso, e por isso, o jogo foi aberto. Mas foi também um jogo com muitas faltas. O Palmeiras atacava e levava certo perigo que parava nas mãos de São Rogério Ceni. Já nos contra-ataques era o São Paulo que surpreendia e levava perigo ao goleiro Marcos.

A equipe alviverde parava na marcação tricolor. Josué, Renan e Mineiro anulavam os palmeirenses e dominavam o meio-campo, na defesa Fabão e Lugano estavam consistentes na marcação também. Até Júnior e Cicinho estavam marcando muito bem. Certamente a marcação foi um dos pontos fortes da equipe no jogo, o São Paulo era uma equipe consciente defensivamente e compacta. Mas ao fim do primeiro tempo o empate de 0 x 0 persistia.

No segundo tempo a coisa não começou diferente, o São Paulo sabia jogar no erro do Palmeiras e estava tranqüilo, era uma equipe que estava defensiva, mas não sofria qualquer pressão por parte do Palmeiras, que erroneamente cruzava bolas dentro da pequena área e todas essas bolas ficavam nas mãos de Rogério. Já o São Paulo quando atacava era muito mais perigoso.

Aos nove minutos do segundo tempo, Josué foi expulso após receber o segundo cartão amarelo. O São Paulo perdeu aí uma grande peça em seu esquema, mas a partir dessa adversidade a equipe cresceu e alguns jogadores pegaram a responsabilidade e o peso do jogo para eles, e o principal jogador do meio-campo passou a ser Mineiro, que parecei se multiplicar em campo. O Tricolor parecia jogar com 11 jogadores em campo. O Mineiro jogava por ele e por Josué. Renan, Lugano e Fabão também estiveram muito bem na cobertura daquele homem a menos.

Hoje está difícil destacar os melhores jogadores do São Paulo, a vontade que tenho é de colocar todo o time como destaque, mas seria injusto com àqueles que realmente foram destaque. Então, enumerarei alguns destaques: Rogério Ceni, Cicinho, Lugano, Fabão, Mineiro e Renan.

A garra da equipe tricolor superou a falta de Josué. Ao colocar o Diego Tardelli no lugar de Grafite, por lesão, o São Paulo marcou seu primeiro gol. Em jogada individual, Tardelli sofreu pênalti e na cobrança perfeita de Rogério Ceni, o Tricolor do Morumbi abriu o placar. Depois desse gol a equipe do Palmeiras desnorteou.

Faltando um minuto para acabar o jogo, Cicinho entrou para história, marcou um lindo gol de falta. Esse gol de Cicinho foi o gol 10.000 em jogos pela libertadores da América, em seu 100º jogo com a camisa do São Paulo, em seu 5º jogo contra a equipe alviverde ele marcou seu 4º gol. E mais uma vez a estrela desse ótimo lateral brilhou.

A torcida explodiu ao final do jogo. O resultado de 2 x 0 para o São Paulo, a vaga para a próxima fase garantida, a vitória sobre um arqui-rival, tudo a favor dos São-Paulinos. Agora é concentrar para ganhar os três pontos e subir na tabela do Campeonato Brasileiro 2005 contra o cruzeiro no Morumbi.

Saudações tricolores!!!

Fernanda F. Manzella