Quem esteve ontem no Morumbi ou acompanhou a partida pela televisão, viu, sem, sombras de dúvidas, um jogo eletrizante. Desde o início o São Paulo foi em busca do resultado com uma garra, que há muito tempo não se via. A derrota sofrida no Equador, realmente mexeu com o brio dos jogadores e, insuflados pelos torcedores presentes no estádio, o tricolor não deu trégua à LDU.
Demonstrando força de vontade, o São Paulo sufocou nos primeiros quinze minutos tendo acertado por duas vezes a bola na trave do goleiro adversário. Para tentar conter o ímpeto tricolor, os equatorianos usaram de um artifício que todos os times sul-americanos, exceção feita as equipes brasileiras, utilizam: a catimba.
Nos jogos fora de casa, contra equipes brasileiras, esse tipo de postura não é nenhuma novidade, porém, sempre que nos defrontamos com essas situações, perdemos a cabeça - não preciso aqui relembrar o quebra-pau, o ano passado, frente ao River Plate, na Copa Sul-Americana. Ontem, por pouco, a situação não se repetiu, após uma entrada estúpida do Gustavo Néri. Não tivesse o árbitro a visão encoberta no lance, poderíamos voltar para o segundo tempo com dez homens. E aí, lhe pergunto? Como seria?
Pois bem, isso é apenas uma hipótese e como o “se” não joga, prefiro apenas pensar no futuro e alertar a comissão técnica e os jogadores, que tudo que é em excesso, é prejudicial. Até mesmo a vontade de ganhar.
Hoje, vendo alguns programas esportivos durante o dia, vi a serenidade do Alexandre, que se não é um excelente jogador, pelo menos não entrou na provocação do adversário. “Provocações sempre vão existir, cabe a nós, não aceitarmos”, disse ele.
Aproveitando o assunto, gostaria de saber a razão pela qual, até hoje, os times brasileiros não sabem sair dessa catimba. Mas não são só os jogadores, ontem, o Cuca - aquele que deve ter o controle da situação - também entrou no “jogo” do adversário. Felizmente, mesmo tendo sido expulso, ele conseguiu fazer alterações que surtiram efeito e confesso: apesar de, na hora, ter achado arriscado a substituição do Fábio Simplício pelo Tardelli, hoje, com mais calma, pude perceber que a alteração foi, além de correta, muito ousada, o que é um grande sinal, pois os jogadores sentindo que o técnico não tem medo de arriscar, eles, dento de campo, tendem a fazer o mesmo.
Assim, a cada partida, vamos melhorando um pouco. Ontem, valeu a força de vontade. Na próxima, podemos aliar a força de vontade com um pouco mais de inteligência, usando aquilo que os nossos amigos de continente sabem fazer melhor do que a gene: catimbar.
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