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Maria Helena

Por DARIO CAMPOS (redacao@mauroivan.com.br)


Esta é minha primeira coluna para o Tricolormania, atendendo a um convite que muito me envaidece, especialmente considerando a importância que o São Paulo tem em minha vida. Mas, neste texto de estréia, não analisarei o jogo, o momento, as perspectivas do São Paulo.

Hoje, falarei de Maria Helena, uma paulistana, filha de um italiano que dizia ser futebol “coisa de vagabundo”, mas que, às escondidas, ouvia os jogos do Palestra. Filha de mãe ribeirão pretense, torcedora do Comercial, simpatizante do Corinthians.

Na verdade, Lelena (como a chamava sua irmã mais velha, Maria Cecília) jamais se importou muito com futebol. De pequena, passeava de mãos dadas com o pai, o médico Carlos Ricardo, pela rua dos Bombeiros, subia a Brigadeiro Luís Antônio até o Centro, para tomar chá no Mappin, ver as vitrines das lojas, o verde das praças, os edifícios altos. Em casa, ajudava sua mãe, a professora Edwiges, e freqüentava a escola interessada em história, em português, em francês, com eterno pavor por Exatas.

Aos 22 anos, Maria Helena conheceu Paulo Carlos, advogado, são Paulino, filho de um ex-torcedor do Paulistano que chegou a acompanhar o time de “El Tigre” Friedenreich em sua gloriosa excursão pela Europa nos anos 20, não se conformou com o fim do futebol no clube e acompanhou a formação de nosso São Paulo, da Floresta à Mooca, ao Canindé, ao Morumbi.
A paixão levou ao romance, o romance levou ao casamento e todos, juntos, levaram Maria Helena a acompanhar o marido até mesmo nas partidas do Tricolor no Pacaembu.

Maria Helena adotou o São Paulo por amor.

Amor que se multiplicaria e intensificaria na dedicação aos filhos. Em 1962, nascia Maria Alice e, oito anos mais tarde, justamente no ano do título paulista que pôs fim a 13 anos de sofrimento do São Paulo, nasceu o caçula, um menino que recebeu o nome do avô paterno.

Maria Helena, filha de palmeirense e corintiana, foi ainda mais são paulina porque esse guri tornou-se um são paulino ainda mais fanático que o pai e o avô. Esse menino, ao operar um cisto na traquéia, com um ano de vida, foi praticamente desenganado. A mãe insistiu, rezou, agarrada ao Coração de Jesus, o garoto resistiu, como bom são paulino, e tornou-se um dos mais doentes e apaixonados torcedores de nosso São Paulo. Sua irmã, ainda bem jovem, casou-se com um santista e teve dois filhos, Alessandra, e, cinco anos depois, Guilherme. Os dois ganharam, ainda bebês, suas primeiras camisas do São Paulo e, em poucos anos acompanhavam o tio ao Morumbi.

Por causa de Maria Helena, filha de palmeirense e corintiana, surgiram a terceira e a quarta geração de são paulinos da família de seu marido, Paulo. Muito mais que isto, no entanto, surgiram seres humanos que aprenderam com a mãe os princípios que orientam suas vidas até hoje: honestidade, respeito e gosto pelo trabalho, carinho e dedicação aos amigos, amor à família, união para superar os momentos difíceis e o prazer de compartilhar os melhores momentos com aqueles que lhes são caros. De sua mãe, herdaram também a generosidade, mas dificilmente chegarão ao nível de entrega, de altruísmo, de renúncia de si, em benefício do próximo, que era tão natural em Maria Helena.

O nome do menino, que recebeu o nome de seu avô, o caçula de Maria Helena, eu não mencionei anteriormente... É Dario.

Maria Helena é minha mãe, falecida na noite de anteontem, 04 de fevereiro. O melhor de mim, na personalidade e nas conquistas, devo a ela. O ser humano maravilhoso que é minha irmã é pura influência de seu DNA e de sua educação. A força, a inteligência e o amor incomensurável de minha sobrinha, Alessandra, vêm da avó, “Lelinha”. Também era fácil ver a influência de minha mãe na docilidade, na imensa generosidade, no milagre que era Guilherme, meu sobrinho, falecido em 1999, menos de uma semana depois de termos comemorado, por telefone (ele em casa, eu no Morumbi, ligando do celular a cada gol) a goleada de 5 a 1 sobre o Palmeiras de Scolari no Paulistão.

Saudades de seu pai palmeirense (vovô Carlos), de sua mãe corintiana (vovó Edwiges), de seu marido tricolor, Paulo, do neto, ainda mais são paulino, Guilherme. Um pouco de tudo isto levou minha mãe lá pra cima.

Como já disse em texto anterior, sobre o Gui, a família é um dos grandes motivos de minha paixão pelo São Paulo, aliás a maior. Nesta família – que minha mãe fez unida, na personalidade de seus filhos, que minha mãe educou para serem bons, e justos, e se amarem – nada mais natural que ter traços de afinidade que são eternos. O afeto por um time de futebol é um desses traços, um entre milhares de fatores que nos mantêm juntos, para além das distâncias físicas e metafísicas.

Divirta-se aí em cima com o papai, o Gui, o vovô, a vovó, a família inteira, mãe. E, em dia de jogo, escolham a melhor nuvem sobre o Morumbi e dêem uma forcinha. Eu estarei logo embaixo torcendo, xingando, me enervando e explodindo de alegria e emoção a cada gol, a cada conquista, sabendo que só engrosso o coro que vem dos céus.

Amamos e sentimos saudades. Mas não dói, porque é fácil sentir a presença de todos vocês.

Dario Campos


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