Nova crise, novos problemas, perda do técnico, da força, da identidade. E novamente vem a pergunta: o que falta ao São Paulo?
Ora, falta DIRETORIA, faltam homens cuja dedicação ao São Paulo não se limite à retórica que esconde as piores intenções.
Entenda-se: gente competente, honesta, ativa, envolvida com a história do São Paulo (não pelo sobrenome ou pelo tempo de clube, mas pelas atitudes).
Dirigentes que tenham ambição de glória, de títulos, que queiram fazer o São Paulo, novamente, grande. Não aquela ambição que diz respeito à cumplicidade com empresários, visando a participação na venda de nossos jogadores.
Falta um departamento de planejamento e marketing que não se limite a ser cabide de empregos e área estratégica para a obtenção de vantagens políticas. Uma equipe - própria ou terceirizada - que passe o ano criando planos de ação para fortalecer a marca São Paulo Futebol Clube dentro e fora do Brasil, para atrair investidores fortes, que virão quando sentirem que o São Paulo está criando um plano sólido de crescimento, de valorização de seus jogadores (estipulando, por exemplo, uma escala de valores mínimos para a negociação de atletas para o exterior). Que virá quando enxergar o interesse na conquista de títulos, elemento essencial para manter e fazer crescer a torcida e, assim, obter receitas efetivas da melhor negociação de direitos de transmissão, da venda de material esportivo e de centenas de outros produtos licenciados. Gente que colocará dinheiro no São Paulo se o clube oferecer um plano sério e perspectivas reais de modernizar e explorar espaços de comércio e serviços criados no Morumbi, transformando-o em um grande complexo de múltipla utilidade, em vez de um monstro de concreto deficitário que, de tão maltratado, nem bem atrai mais os grandes eventos musicais e religiosos que já atraiu outrora.
Faltam dirigentes que olhem para o entorno do Morumbi, aquele aglomerado de terrenos baldios e calçadas quebradas e sujas e sinta vergonha, em vez de demonstrar total indiferença. E, sendo assim, que estude ações junto à Prefeitura e a potenciais parceiros de negócios (empresas) para adquirir aquelas áreas, modernizá-las, criar infra-estrutura para a instalação de:
- estacionamentos pagos que podem ser explorados nos dias de jogos e durante a semana, com vagas disponíveis a quem trabalha na região;
- quiosques para lanchonetes com estabelecimentos credenciados e controle sanitário, com produtos qualificados a preços tabelados, da mesma forma abertos a semana inteira;
- quiosques para a venda de produtos licenciados do São Paulo - postos avançados da loja oficial - sumindo com os camelôs que descaradamente vendem pirataria nas barbas de nossos ineptos dirigentes. O próprio clube e a empresa que fabrica seu material esportivo podem criar linhas populares, com material mais simples, para tornar acessível aos torcedores menos abastados a compra de uma camisa, de um abrigo, de uma lembrança do São Paulo
- publicidade bem-feita e promoções criteriosas, em vez das patéticas iniciativas de nosso lamentável departamento de marketing. Carnês para o ano inteiro, com escalas de desconto, de acordo com a quantidade de bilhetes comprados. Visitas monitoradas com a participação de ídolos e atletas da ativa, não de uma forma aleatória, mas como parte de uma programação estipulada em calendário, com a inclusão de um programa atrelado a pacotes turísticos, alinhavados com operadoras e oferecidos a famílias e empresários que vem a São Paulo (de outras cidades, estados e países). Não, não somos uma cidade turística convencional, mas só o turismo de negócios nos faz tão grandes no setor (ou maiores) que o Rio de Janeiro ou a Bahia. Nenhum clube se esforça para fazer do futebol um programa de turismo, até porque a estrutura oferecida nos estádios é vexatória. Podemos tomar as duas iniciativas: fazer de nosso estádio um complexo estruturado e criar no Brasil o turismo esportivo, como os americanos fazem com a NFL e a NBA, como os grandes clubes europeus de futebol fazem, criando uma fonte de receita permanente.
Não, não é simples, exige trabalho e investimento, mas um planejamento bem assessorado e SERIEDADE certamente poderão trazer os recursos de empresas dispostas a explorar comercial e institucionalmente o enorme potencial de um clube, uma marca e uma paixão como o São Paulo, de uma praça como o Morumbi.
A execução de um projeto dessa envergadura pode durar 4, 5 anos, sua completa implantação pode chegar a quase uma década. Mas o dinheiro não sairia dos cofres do clube e, ao final da implantação, os resultados mais do que compensariam e tornariam o São Paulo vanguarda na América do Sul e referência mundial. Estádios cheios, um time sempre forte, cotas de transmissão valorizadas para o Brasil e o exterior, atletas negociados a valores muito superiores às ridículas quantias pelas quais "entregamos" nossos ídolos, uma receita agregada gigantesca advinda das vendas massificados de produtos licenciados, dentro e fora do Brasil (incluindo kits via Internet, anunciados em partidas do São Paulo transmitidas para outros países). Será tão difícil se debruçar e trabalhar com vontade efetiva sobre um plano de ação que poderia mudar a realidade do São Paulo. Um time cuja torcida é maior que a de muitos países, conhecido e respeitado em todo o continente, na Europa (um dos maiores exportadores de jogadores para times europeus) e na Ásia (onde conquistamos dois Mundiais e temos admiradores e torcedores)?
Sim, é algo trabalhoso, complexo, exige suor, inteligência administrativa, capacidade de articulação, estudos detalhados de mercado, para definir cada etapa de atuação e convencer os investidores da viabilidade do projeto. Mas, com integridade, com ousadia e o real interesse de se esforçar pelo São Paulo - e não o excuso interesse de explórá-lo, aproveitando-se das brechas ensejadas pela estrutura amadorística e corrupta do futebol brasileiro - pode-se fazer muito. Pode-se fazer o São Paulo maior do que todos.
Pode-se fazer história.
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