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Um Agradecimento à Lusa

Por DARIO CAMPOS (redacao@mauroivan.com.br)


3 horas e 40 minutos.
Este foi o tempo que permaneci, sob o sol escaldante, em plena terça-feira, dia de trabalho, junto a milhares de irmãos tricolores, para comprar um ingresso para São Paulo e Portuguesa. Das 12h50 às 16h30, fomos obrigados a suportar a temperatura alta, a ineficiência da organização, a abertura de apenas dois guichês (somente às 3h30 abriram o terceiro, para estudantes) e, sobretudo a conivência de dezenas de policiais com a atuação descarada dos cambistas, que compravam ingressos aos borbotões, através de menores e “aposentados” infiltrados, retardando a movimentação das filas e rindo sem nenhum pudor de todos aqueles que esperavam sua vez. Meu único prazer, além de ter finalmente comprado os ingressos, foi ter espancado um dos imbecis que se divertiam às custas da torcida. O cretino tentou furar a fila e, como a paciência já havia ido para o espaço, eu e mais uns 8 pegamos o cambista de socos e pontapés: tive o prazer inenarrável de meter-lhe um bico na boca. Curiosamente, o sorriso dele se foi, junto com alguns dentes...

O resultado de quinta fará alguns – obviamente aqueles que não entendem muito bem a paixão por um time – perguntarem: valeu a pena todo esse sacrifício, todo esse stress?

E tenho certeza que todos que, como eu, sofreram e se frustraram pela derrota, responderão: VALEU!!!! VALE SEMPRE!!!!!!!!

Sabia que seria difícil o Leão manter, na prática, a concentração, com tamanha vantagem na tabela. Sabia que a Lusa jogava o jogo da vida e dificultaria muito as coisas. Terminado o primeiro tempo, diante da falta de força e da afobação, comentava com alguns torcedores à minha volta: se der empate, estou feliz. Acho que o Santos não ganha (até porque perdia por 1 a 0 do União).

Bem, não criticarei ninguém em especial, elogiarei Júnior, muito aplicado e lúcido, autor não apenas do gol, mas de nossas melhores jogadas. Mas em especial, presto meu respeito e agradeço à Associação Portuguesa de Desportos. Jogaram seu jogo, com limitações, mas com garra, não apelaram, não deram pancada, tiveram a coragem de se arriscar a marcar o São Paulo sob pressão e foram vitoriosos, com justiça.

Agradeço, porque a Lusa fez ver até a nossos limitados e arrogantes dirigentes que NÃO TEMOS TIME para vencer a Libertadores ou disputar o Brasileiro em condições de ganhar o título, sem a contratação de reforços. Agradeço porque esses mesmos energúmenos que dirigem o nosso futebol tiveram uma prova contundente do mal que causaram ao permitir, (sim, permitir) que Rodrigo saísse da equipe no decorrer do torneio (graças a Deus, os times do Paulista não têm grandes atraques, então estamos nos agüentando).

Agradeço à Lusa, ainda, porque reforçou o que é óbvio e quase unânime: NÃO TEMOS JOGADORES DE CRIAÇÃO, NÃO TEMOS MEIA. Danilo é fraco, tem bons repentes, nada mais e, pior, tende a desaparecer nos momentos realmente importantes. Quase nunca assume uma postura de comando. Marco Antônio poderia ter tido a chance de reagir no segundo tempo (eu tiraria Danilo sem pestanejar), até porque tem bom chute de meia distância. Na prática, entretanto, Júnior e Josué são nossos “armadores”, mas têm muitas outras atribuições, e nem sempre podem compensar a ausência de um especialista no setor de meio-campo.
Na verdade foi muito importante perdermos agora, porque podemos e porque era necessário um golpe dessa envergadura para que a torcida não aceite a inércia de dirigentes que ameaçam deixar que Leão se vá, por não dar a ele as condições de trabalho que exige e merece ter, por sua competência.

Agradeço, uma vez mais, à Lusa, que por assim dizer, “cumpriu sua parte”, praticamente se salvando e, ao mesmo tempo, prestando-nos um serviço. Mas, sinceramente, não sei se teremos qualquer resposta de nossa administração cataléptica.

Há muito tempo, os homens das duas grandes facções que se revezam no poder do São Paulo, demonstram a absoluta falta de ambição e interesse por conquistas. Contentam-se em tornar o clube um fornecedor de jogadores para o mercado europeu, a preços de ocasião. Mesmo nossos melhores jogadores vieram porque estavam sem contrato e pertenciam a times menores, com salários baixos para o padrão do mercado paulista.
Lugano, o grande acerto de MPG, foi um tiro no escuro que acertou na mosca. Mesmo que não acertasse, ainda assim, foi barato. E, havemos de convir, melhor que Jean e Júlio Santos, seria de qualquer jeito, só Osvaldo de Oliveira não conseguiu ver.

A Portuguesa nos lembrou: não somos grandes o suficiente para ter aspirações maiores que o Paulistão. Aliás, sem querer comparar a grandeza dos dois, temos outra lição a aprender, o quanto antes, com a Lusa: foi pela falta de ambição, pelas administrações personalistas e corruptas, por se contentar com eventuais boas campanhas, sem jamais se arriscar para tornar-se realmente grande, que a Portuguesa tornou-se um time pequeno, esvaziou de vez sua torcida e afastou-se, definitivamente, da possibilidade de conquistar alguma glória, por efêmera que seja, no futebol brasileiro. Se continuarmos nos contentando com a grandeza regional e com o “equilíbrio orçamentário”, se cedermos sempre às primeiras investidas dos clubes do exterior para levar nossos craques, continuaremos sendo zebras e ficaremos tão distantes das grandes conquistas, que nos acostumaremos, estagnaremos, brigaremos apenas para nos manter na divisão principal.

O Santos de Marcelo Teixeira é um exemplo no sentido oposto – segurou Diego, Elano e agora segura Robinho por muito mais tempo do que se imaginou. Ao perder Leão, investiu em Luxemburgo. Depois de Diego, trouxe Ricardinho, manteve Léo e atravessou nossa tentativa de contratar Tcheco e ainda investe para ter uma reposição de qualidade. Ganhou 2 dos 3 últimos Brasileiros, um vice na Libertadores. Estamos sempre atrás, o que não aconteceu nesse Paulista porque tínhamos Leão e eles, Osvaldo de Oliveira (este sim, um erro óbvio e absurdo da diretoria santista, talvez confiando, após o Brasileirão 2004, que o time era tão bom que não precisava de técnico para continuar ganhando).

Pensemos na Portuguesa, olhemos para o exemplo – e para o erro no Paulistão – do Santos. Que não tenhamos de esperar mais 5 anos por um título e que ele não seja tão somente um novo Paulistão. Voltemos a ser grandes, a ousar, a arriscar e (lembrando Ricardinho) a honrar com os compromissos assumidos. Jogador que não recebe não joga.

Que se reconheça a qualidade de Leão e que se evite, a todo custo, que ele saia, aumentando-lhe o salário e oferecendo-lhe jogadores e condições de exercer sua função. Que se negocie com nossos melhores jogadores o aumento que eles merecem e que, a fim de se manter a base, se ofereça a eles um maior percentual ao sair do clube, mediante o pagamento INTEGRAL das multas rescisórias. Que se combata a pressão dos empresários da forma mais clara e eficiente: com o contrato em mãos, exigindo aquilo que ali consta, perante a Justiça – nosso departamento jurídico é outro que tem de ser reestruturado.
Que o jogador bom ganhe mais sobre um valor justo de negociação, que atenda às necessidades do clube e que, deste valor, o clube jamais abra mão.

Basta de ouvir desculpas sobre as “contingências” do mercado. O São Paulo não se fez um dos maiores clubes do mundo com conformismo. Investiu no maior estádio particular do mundo, quando seus rivais contentavam-se com esboços de estádios. Praticamente criou o marketing no futebol brasileiro. Reformulou o conceito dos treinamentos, da concentração e da estrutura para o futebol de base com seu Centro de Treinamento. Ganhou duas Libertadores e dois Mundiais por manter Telê e uma boa base, temporada após temporada, e por investir em um inédito departamento de fisiologia e em equipamentos fisioterápicos comparáveis somente aos dos times mais ricos do mundo.

Somos diferentes, sempre fomos diferentes. Somos invejados, temos a rejeição de rivais e da mídia porque precisamos de muito menos tempo que qualquer outro grande clube para nos tornarmos um fenômeno nacional e internacional e para formar a terceira torcida mais numerosa do país, mesmo com toda a antipatia que a mídia tenta transmitir a respeito do São Paulo.

Simplesmente não podemos admitir que o São Paulo se apequene ou seja usado para atender a interesses pessoais de quem quer que seja.

Que Deus nos permita ganhar o Paulista, como tudo indica que ganharemos. Mas que nossos gritos, nosso apoio, nossa alegria e nossa emoção sejam proporcionais às dimensões dessa conquista, sem esquecer que somos e não podemos abrir mão de ser muito maiores do que um torneio regional.

TU ÉS FORTE, TU ÉS GRANDE,
ENTRE OS GRANDES, ÉS O PRIMEIRO.

Que assim volte a ser e que nunca deixe de ser um compromisso e uma obrigação de todo aquele que tiver a honra de dirigir, jogar, trabalhar ou torcer pelo SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE.


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